depois do tempo
Deus me fez forte.
não tenho culpa se dou porrada
pra sobreviver.
sou responsável pelas porradas
que levo pra tentar viver.
uma vez esquecida,
a poesia reverbera em outros adereços.
palavras desaparecem nos documentos
rígidos, verborrágicos e sem alma.
mas eu, ah eu permaneço
respiro e não choro.
tô vivendo, viu, apesar dos coices
que a vida dá.
porque viver é bacana,
senão ninguém gostava de apanhar.
mulher de malandro? não,
nem da vida de ninguém.
sou cem porcento minha alma,
divido a existência com quem
quero e de quem do amor é refém.